domingo, 25 de dezembro de 2016

O FLAMENGO EM 2016


Bem, chegamos na última semana de 2016. O futebol brasileiro está em férias e o Flamengo mesmo só se apresenta no dia 11 de janeiro para sua pré temporada.

Já dá para fazer uma análise do ano rubro-negro. Um ano com altos e baixos, mais baixos que altos, mas que acaba bem. Pelo menos com esperança.

Se o ano do Flamengo fosse todas as competições excetuando o brasileiro seria um desastre, um dos piores de sua história. Se fosse apenas o campeonato brasileiro uma temporada excelente que só ficaria abaixo dos anos de títulos brasileiros.

Até o meio do ano o Flamengo foi muito mal. Fez um campeonato carioca horroroso ficando mais uma vez fora da decisão e chegado ao cúmulo de virar freguês do Vasco. Foi um dos líderes da primeira liga e mesmo assim botou time misto na semifinal contra o Atlético PR sendo assim eliminado da competição.

Mas os maiores vexames vieram de competições maiores. Eliminado na segunda fase da Copa do Brasil pelo Fortaleza perdendo duas vezes para o clube que estava na Série C. Pior campanha rubro-negra em sua história na Copa do Brasil. Botou time misto na Copa Sul Americana e foi eliminado em casa pelo fraco Palestino.

Começou a temporada com o consagrado Muricy Ramalho que não conseguiu acertar o time. O mesmo se adoentou e pediu demissão no começo do campeonato brasileiro. Jayme de Almeida assumiu o time por dois jogos conseguindo um empate de uma derrota. Aí a diretoria mudou o interino passando para Zé Ricardo, campeão no começo do ano da Copa SP de Juniores.

Zé Ricardo, carinhosamente, ou não, chamado de Zé Ricardiola, gosta de inventar. Inventou um esquema tático com dois caras abertos jogando num 4-3-3 atacando e 4-1-4-1 quando defende transformando os "pontas" em secretários de lateral. Um bom esquema, mesmo sacrificando os pontas, o problema que ele morreu abraçado com esse esquema sem utilizar variações.

Desprezou os jogadores estrangeiros como Donatti, Cuellar e Mancuello, quando o time brigava por título "inventou" Emerson Sheik e pôs Alan Patrick e Mancuello abertos como pontas. Enfim, muitos problemas, mas teve seu lado bom e prevaleceu.

Zé Ricardo deu padrão tático ao time, reabilitou jogadores como Pará, Gabriel e Fernandinho e juntando tudo isso a reforços pontuais o Flamengo mudou de patamar.

Começou em "banho maria" o brasileiro como todos os últimos anos. Chegou a ter problema sério com zagueiros tendo que trazer de volta Cesar Martins já dispensado, mas as chegadas de Rafael Vaz e Rever, de graça, ajeitaram a sempre discutida defesa rubro-negra.

E para o meio campo veio o grande reforço do futebol brasileiro em 2016. Diego.

Haviam restrições. Como chegaria Diego depois de tanto tempo fora? Sua adaptação ao futebol brasileiro? Como chegaria depois de má fase na Turquia? Como pagaria seus salários? Enfim, as críticas que o Flamengo sempre recebe dos jornalistas quando contrata alguém. Mas Diego era um sonho antigo e esse virou realidade em uma chegada inesquecível no aeroporto.

O Flamengo já estava bem quando ele chegou, já brigava pelas primeiras posições, mas com o camisa 35 o time mudou de patamar brigando diretamente pelo título nacional e fazendo uma grande partida contra o Palmeiras em São Paulo com menos um jogador.

Diego comandava o meio campo e o Flamengo jogava bem, conseguiu viradas épicas como contra o Cruzeiro, mas a conta chegou de tanto desgaste, de ter que viajar o ano todo para jogar. O rendimento caiu e o cheirinho ficou para 2017 com o Flamengo ficando em terceiro.

O fim do ano foi de decepção e esperança. Decepção porque a torcida realmente acreditou no hepta, mas esperança da última impressão. O Flamengo hoje tem um belo elenco, uma base de time e só precisa de reforços pontuais. Já chegou o lateral peruano Trauco e devem chegar mais três jogadores. O Flamengo tem um grupo difícil na Libertadores, mas talvez desde 1984 não chegue tão bem no torneio.

O ano foi ruim em boa parte do tempo, mas o campeonato brasileiro nos encheu de esperança de um grande 2017.

O Boteco Flamengante deseja um grande 2017 para todos, de grandes realizações. Em nosso primeiro ano juntos, nesses três meses, tivemos a sorte de pegar o melhor Flamengo de 2016, que continue assim em 2017.


2017 tem cheirinho de Flamengo.


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O ÚLTIMO JOGO


E acabou o campeonato brasileiro.

Na verdade o campeonato acabou na madrugada de 29 de novembro de 2016 quando o avião da Chapecoense caiu na Colômbia matando 71 pessoas. Não tinha mais clima para futebol, mas o show tem que continuar e a última rodada foi realizada.

Flamengo foi até um estádio que normalmente se dá mal, a Arena da Baixada, enfrentar um time que era o melhor mandante da competição e que normalmente lhe impõe vexames jogando em Curitiba que é o Atlético Paranaense. Além disso tudo ainda foi sem Diego. O cheirinho voltou, mas aí foi cheirinho de derrota.

Mas não foi bem assim. Como eu disse o campeonato na verdade acabou na terrível tragédia da Colômbia e a maioria dos times entraram em seus jogos com o peso dessa tragédia misturado com o clima de férias. Vários clubes liberaram boa parte de seus elencos, que não foi o caso dos dois rubro-negros, mas a impressão que deu é que os dois estavam de férias mesmo o jogo valendo para ambos.

Para o Atlético Paranaense valia a vaga na Libertadores e para o Flamengo o vice campeonato que lhe daria três milhões de reais a mais, mas pareceu uma pelada de casados e solteiros. Difícil fazer um time que viajou tanto, se desgastou tanto o ano inteiro correr, ainda mais em uma partida que valia apenas um simbólico vice campeonato e nem a história do dinheiro comoveu os jogadores. O Atlético também não jogou com o "tesão" necessário, de quem precisava do resultado e olha que por dois momentos o clube ficou fora da Libertadores 2017, nos dois momentos em que o Corinthians liderou o placar contra o Cruzeiro.

Resultado: Um jogo modorrento, quase sem emoções e pelo lado do Flamengo se não fosse a bola na trave de Everton no primeiro tempo e a expulsão ridícula de Mancuello já no fim do jogo não teria nada para falar do time.

O Flamengo só tentou esboçar jogar futebol quando o Santos abriu o marcador na Vila Belmiro contra o América Minero, resultado que lhe tirava o vice campeonato. Mas mesmo assim com o equivocado cartão vermelho tomado por Mancuello o time não atacou mais e até ficou ameaçado de não perder.

Mas não perdeu. O resultado de 0x0 fez com que o Flamengo perdesse apenas sete jogos no brasileiro 2016, doze vezes a menos que em 2015 e perdeu apenas duas vezes no returno, apenas o campeão Palmeiras perdeu menos nesse período. Acabou com 71 pontos, melhor pontuação de sua história, mas não foi o suficiente para garantir o vice campeonato. O Flamengo ficou em terceiro, perdeu os três milhões, mas se garantiu na fase de grupos da Libertadores com certa folga.

Semana que vem faço um balanço do ano rubro-negro. Um ano de altos e baixos.


Agora é montar o time para 2017.