quarta-feira, 28 de setembro de 2016

PAGANDO PELA SOBERBA


E o Boteco Flamengante conhece sua primeira derrota. Mais que isso. Seu primeiro resultado ruim.

Esse resultado poderia ter vindo antes. Passou sufoco contra o Figueirense no jogo da volta da Sul Americana, contra Ponte Preta e Cruzeiro no brasileiro, inclusive relatei isso no último jogo, e acabou acontecendo.

Evidente que não é motivo para desespero em relação ao campeonato brasileiro. A campanha não deixou de ser excelente, o cheirinho não deixou de existir e o elenco continua muito forte. Mas temos que ressaltar algumas coisas. Pela primeira vez no blog a corneta soará.

Pra começar. É vexame sim, mais um grande vexame na história do Flamengo. O clube cagou pra competição, não deu a mínima e apenas pareceu empenhado no jogo de volta contra o Figueirense. Do mais esnobou, foi soberbo e o Flamengo tem uma história internacional pequena para isso. Se não fosse Zico e sua turma saírem na porrada com a galera do Mario Soto  ganhar no soco e na bola seríamos um micróbio internacional, um Fluminense. O clube vem colecionando vexames em torneios sul americanos que não justificam soberba.

Sul Americana dava dinheiro, classificava para taça Suruga, Recopa Sul Americana, Taça Euroamericana, para Libertadores, dava projeção internacional. Foi burrice, escrotidão tratar a competição como tratou,

Não falo tanto de botar time misto, o elenco está cansado devido a maratona, burrice da boa diretoria que não pensou sete anos que teria Olimpíadas no Rio e o Flamengo ficaria sem estádio. Botou várias vezes na competição time misto, mas sempre poupando os mesmos então parte do time titular, que jogou todas as partidas morreu e quando falo titulares incluo Alan Patrick, Fernandinho e Mancuello que jogam sempre, mesmo entrado depois. Por quê não poupar o Alan Patrick e botar o Diego, poupado semana passada nesse?

E os jogadores desde a primeira partida mostrando soberba.

Foram soberbos no primeiro tempo desta quarta contra o Palestino. Deitaram na vantagem de 1x0 achando que venceriam quando quisessem. Foram apáticos como em boa parte do jogo contra o Cruzeiro, tomaram dois gols, viram a vantagem virar água sem ver a banda passar tocando coisas de amor.

Teve que correr atrás no segundo tempo, se desgastar, sacrificar mais ainda um elenco cansado por não jogar sério no primeiro tempo. O Flamengo é aquele aluno que brica no primeiro semestre e por isso tem que tirar nota alta no segundo para não repetir. Nem sempre dá. Ainda mais com o desgaste físico de maratona de jogos.

Zé Ricardo fez as mudanças esperadas. Colocou Mancuello, Sheik e Vizeu em campo e conseguiu descontar com Alan Patrick de pênalti. Mas o time não teve fôlego para empatar a partida e ficou muito perto de levar o terceiro. No fim nem conseguia ameaçar. Dessa forma o vexame se concretizou. Um vexame inaceitável.

Não existe o atenuante de ser bom focar apenas no brasileiro enquanto os concorrentes diretos dividem com Copa do Brasil e que poderá descansar mais. Nada atenua uma derrota em casa para um time inexpressivo e muito pelo contrário, aumenta a pressão em cima do brasileiro, que caso não venha, será o quinto campeonato perdido no ano pelo Flamengo.

Tem alguns problemas para resolver. O elenco está cansado, não se contunde e isso é mérito da preparação física e do departamento médico, mas está cansado e isso preocupa. Um dos motivos que vejo de desgaste é que o time dificilmente tem jogos tranquilos, que decide rapidamente e assim poder usar o restante da partida para descansar. O Flamengo não sabe golear, não sabe ter jogos tranquilos e isso faz com que o time ou tenha que correr atrás de resultado ou de defender.

O jogo sábado contra o São Paulo é muito importante. Nas minhas contas uma vitória garante o clube na Libertadores de 2017. Cabe o Flamengo decidir se quer voltar a vencer fora do Brasil ou se irá para fazer mais um vexame


Se for pra fazer vexame é melhor ficar no carioca.

 

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

VITÓRIA ABENÇOADA


Flamengo jogou mal, muito mal.

Estava escrito, é clichê rubro-negro demais. Quantas e quantas vezes já não nos empolgamos com o Flamengo, enchemos estádios e ele jogou mal e nos decepcionou? Muitas né? Hoje o roteiro seguia essa previsibilidade.

Mas acabou diferente. O Flamengo de 2016 é diferente.

Algumas vezes vi o Flamengo com times ruins e alma, vi isso nos títulos cariocas de 1999, 2000, 2007 e as Copas do Brasil de 2006 e 2013. Algumas vezes vi grandes elencos do Flamengo sem alma, vi em 1995 e os brasileiros de 2000 e 2011. Grandes elencos e com alma vou lhes dizer desde quando não vejo.

Desde que vi um certo camisa 10 tomando infiltrações para poder disputar reta final de brasileiro, um certo camisa 7 dar uma arrancada monumental no Mineirão contra um grande Atlético e só parar no fundo da rede, desde que numa maravilhosa troca de bolas um certo camisa 9 baiano fez gol de título brasileiro em cima do Inter. Sim, falo do Flamengo de 1987. O último grande elenco rubro-negro com alma que vi. Num título que as pessoas pequenas teimam em dizer que não vencemos.

Não quero comparar esse elenco com o de 1987. Esse ganhou nada ainda, mas nos devolveu um orgulho que muito tempo não tínhamos. Elenco bom de bola, de talento e coração que não desiste nunca. Que orgulho!!

Como eu disse jogou muito mal. Fez bons trinta minutos iniciais e se deixou envolver pelo Cruzeiro que cresceu perigosamente na partida equilibrando o fim do primeiro tempo. O jogo continuou equilibrado no começo do segundo até que Zé Ricardo tirou Marcio Araujo e botou Mancuello. Zé não tem medo de vencer e isso é muito Flamengo, mas com isso o time se expôs, se perdeu e o Cruzeiro abriu o placar um pouco depois da entrada de Fernandinho.

O Flamengo se perdeu completamente com o gol e se desesperou partindo para o ataque. O Cruzeiro dominava as ações, dava olé e ficava próximo do segundo gol. Alan Patrick entrou e mesmo de forma desordenada o time buscou o empate até que ele veio aos 39 com Guerrero.

A partir daí o jogo ficou uma loucura. Era um empate caído do céu, para agradecer, mas o Flamengo não se deu por satisfeito. Continuou no ataque, se expôs e o Cruzeiro perdeu dois gols feitos com Ábila. No primeiro em uma defesa sensacional de Muralha.

Até que aos 43 um toque, apenas um toque na bola decidiu tudo. Federico Mancuello, um dos nomes que sintetiza o talento e a alma desse time com um toque na bola colocou o Flamengo na frente, fez Cariacica explodir, o elenco todo se abraçar, titulares, reservas, mostrando que esse é um elenco de amigos, de homens.

Grandes campanhas são feitas assim. Nem sempre dá para vencer com show e Zico dizia que aquele fantástico time de 81 quando sentia que não era dia de talento se olhava e falava "hoje tem que ser na raça". A sorte não vem por acaso e só acompanha quem merece. Esse elenco merece demais.

Não tem nada ganho, apenas nosso orgulho que o clube conquistou de volta. Uma vitória abençoada como disse o comentarista Álvaro Oliveira Filho na Rádio Globo. Melhor definição impossível.


E esse cheirinho hein?


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A MURALHA DA FAIXA DE GAZA


Dizem que a grande muralha fica na China, mas juro que por um instante achei que fosse na Palestina.

Sim, monte de piadinhas infames com o nome do goleiro do Flamengo e o adversário da noite de quarta, mas confesso que bolar isso foi mais fácil que ver a partida pela Sul Americana.

O jogo foi ruim, chato. O Flamengo com apenas três titulares (Rafael Vaz, Jorge e Marcio Araujo) parecia com preguiça, desinteressado, mas mantinha o controle do jogo. O Palestino não assustou muito no primeiro tempo, tudo bem que o Flamengo também não, mas a impressão que deu é que se deixasse um pouco a preguiça de lado e mostrasse querer jogar decidiria a partida. Um dos poucos que pareciam querer jogo era Fernandinho. O ex perna de pau e novo xodó da torcida correu, driblou, tentou e a melhor opção de jogo foi com o camisa 20.

O Palestino voltou no segundo tempo querendo mais jogo. Aos poucos começou a ter mais o controle da bola e ter chances de gol. Nesse momento o goleiro do Mengão e da seleção Alex Muralha começou a aparecer e Fernandinho sumir. Não se sabe se por cansaço ou sentir algo acabou substituído por Marcelo Cirino. Cirino melhorou o poder de ataque rubro-negro, Guerrero entrou no jogo e mandou uma bola no travessão.

Aí veio a substituição de Mancuello por Emerson Sheik que pouco vem jogando. Mas Zé Ricardo tem estrela e Sheik também. Em um dos seus primeiros lances no jogo Sheik abriu o placar.

Depois foi aguentar a pressão do Palestino. Não foi fácil, Muralha se transformou no grande nome do jogo e no fim fez uma defesa inacreditável garantindo a vitória.

A impressão que passa é que o Flamengo não quer saber da Sul Americana e seus adversários não vem lhe ajudando. O Palestino se mostrou fraco e não acredito que consiga reverter a situação. O Flamengo deve se classificar para as quartas de final da competição e aí a coisa começará a ficar séria. Teremos aí que ver se o Flamengo também levará a sério.

Também deu pra ver que nessa briga entre Bob`s e Mc Donalds o melhor "Milk Sheik" é o nosso. Eu sou um dos poucos que ainda acredita que o Sheik pode ajudar nesse fim de temporada com sua experiência.

Assim acabou a quarta-feira. Com o Flamengo se encaminhando na Sul Americana e os outros três cariocas eliminados da Copa do Brasil e provando do veneno da piada do "ter que assistir pela televisão".

Parece que o jogo virou, não é mesmo?


E que a Muralha da China se mudou pra Faixa de Gaza.  

 

domingo, 18 de setembro de 2016

BANHO DE BOLA NA TERRA DA GAROA


E mais uma vez deu Flamengo...

São cinquenta pontos ainda faltando doze jogos para terminar o campeonato. É disparada a melhor campanha rubro-negra na era dos pontos corridos e uma pesquisa mostrada essa semana diz que é a melhor desde o bicampeonato 1982/1983.

Futebol é imprevisível, mas pela lógica vem a vaga para a Libertadores de 2017. Não só pela pontuação, mas pelo que vem jogando. Essa partida contra o Figueirense mostrou isso.

O placar foi mentiroso, 2x0 foi pouco e daí vem talvez o maior problema do Flamengo no ano. Placares mentirosos. O Flamengo não goleia, faz a conta do chá ou um pouquinho mais como hoje. Isso pode ser fatal no fim se precisar de saldo de gols. Mas vamos falar da parte boa.

O Flamengo não só tem seu melhor elenco no século, mas como tem time e quando falo time não é aquilo que os mais antigos falam de "Os 11 titulares que sabemos de cor e salteado" Não temos isso, se for me mandar dizer quem são os 11 titulares do Flamengo não sei, mas sei exatamente qual é o esquema tático e as mudanças que Zé Ricardo, o bom Zé Ricardo, costuma fazer.

Os jogadores sabem mais ainda e essa tranquilidade de saber o que tem que fazer em campo faz até que jogadores medianos se sobressaiam e joguem bem. Faz o time se impor em campo sabendo que com tranquilidade irá fazer seus gols.

Massacrou nessa manhã de domingo, não deixou o Figueirense jogar. Nosso goleiro de seleção, Muralha, só foi notado em uma defesa no fim de jogo e a impressão que dá é que ele não será o único rubro-negro vestindo a amarelinha. Diego e Arão fatalmente também irão tamanha a bola que estão jogando. Arão e Diego comandam o meio campo rubro-negro ao ponto de várias mudanças ocorrerem nas outras posição de meio e não mudar.


Num calor escaldante fez do Pacaembu sua casa e só não lotou devido a decisão imbecil do STJD em punir o clube. Amassou o Figueira, ganhou um pênalti de presente (Não foi) e Damião perdeu. Talvez Damião e Vizeu tenham sido as peças destoantes da manhã, apesar que não faltou luta a eles.

Após a perda do pênalti num lançamento maravilhoso de Rafael Vaz (Obrigado vices) Arão (Obrigado chorões) abriu o marcador.

No segundo tempo o ritmo caiu um pouco, natural devido o calor, mas o Flamengo continuou dominando, perdendo gols até que veio o pênalti no Vizeu (Esse foi) e Diego fechou o placar.

Assim vai o Flamengo perseguido o Palmeiras. Não será fácil, mas vem dando muito orgulho. O Flamengo 2016 não é o fim, é apenas o início de uma trajetória. Uma trajetória vitoriosa e que nem precisa de "invasões" já que o clube tem torcedores em todos os estados do Brasil.


Mostramos aos paulistanos que é biscoito, não bolacha.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A RAÇA RUBRO-NEGRA


Não era final de campeonato, muito longe disso. Falei antes do jogo que era um jogo importante sim, mas tem mais treze até o fim do campeonato e assim como não seria campeão vencendo hoje não perderia o título perdendo.

Não era final de campeonato, mas renova nossas esperanças. Não viramos líderes do campeonato, quer dizer até viramos por vinte minutos, mas não viramos. Ainda um ponto atrás, mas um grande resultado foi conquistado na Arena Palmeiras.

Apesar da sensação que poderia ter vencido. Sim, poderíamos. Fez 1x0, perdeu algumas chances de fazer o segundo e levou o gol de empate a menos de dez minutos do fim. Mas as circunstâncias mostram que é o tipo de resultado que empolga e dá essa esperança que citei.
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Jogou contra o líder do campeonato fora de casa, jogou sem torcida devido a uma punição, teve um jogador expulso ainda no primeiro tempo e não podemos dizer que sofreu um massacre e conseguiu o empate na sorte.Nada disso.

Estava melhor no primeiro tempo, controlando o jogo, teve Marcio Araujo expulso e não se desesperou como fez várias vezes em sua história recente. Não entendi a saída de Diego, o melhor jogador, para recomposição de time, mas quem sou eu para criticar Zé Ricardo? O cara está iluminado.

Não perdeu o controle e continuou fazendo seu jogo mesmo com um a menos. Colocou Alan Patrick em campo e no primeiro lance saiu o gol. Depois continuou controlando e em jogada individual de Gabriel Jesus veio o empate.


Evidente que com o empate o Palmeiras partiu pra dentro, mas de boa o Flamengo conseguiu levar o resultado até o fim.

Bom para o Palmeiras que evitou a derrota em casa e se manteve líder. Excelente para o Flamengo que tem boas chances de virar líder no fim de semana. Pega o Figueirense teoricamente em casa, Pacaembu, enquanto Palmeiras tem clássico contra o Corinthians na casa do adversário.

Tudo na teoria, mas a chance existe. Mais do que isso. O orgulho desse time está cada vez maior. Temos visto o Flamengo de verdade em campo, com técnica, alma e coração.

 Quem disse que não tinha torcida do Flamengo na Arena? Eu vi a Raça Rubro-Negra lá.


Dentro de campo.

sábado, 10 de setembro de 2016

AROMA DE HEPTA COM TEMPERO DE DENDÊ


Tem partidas em um campeonato que ficam emblemáticas no fim caso venha título ou uma boa posição. Não apenas aquelas com atuações memoráveis, mas também aquelas que a vitória vem mesmo não jogando bem. No futebol é conhecido como "sorte de campeão".

Quarta contra a Ponte foi assim, vitória vinda a fórceps. Hoje contra o Vitória de novo. Não foi tão dramática quanto, mas jogou de novo abaixo do esperado e mesmo assim venceu.

Era um jogo perigoso porque era no Barradão, onde o Vitória perde pouco, e com um time que acabara de entrar no Z4 e precisava muito vencer. Por isso o jogo começou e o time baiano partiu pra dentro. O Flamengo nada entendeu e apenas assistiu o Vitória jogar.

De tanto assistir acabou tomando o gol. Tudo bem que foi em uma jogada estranha´que culminou com o arremate de Zé Love, mas merecido. O Vitória merecia o resultado.

Continuou pressionando um apático Flamengo mais um tempo até que aos poucos a pressão foi diminuindo e o time baiano se acomodando. O Flamengo não começou a jogar bem, o Vitoria que diminuiu o ritmo. E nessa, no apagar do primeiro tempo veio um gol do céu. De novo do iluminado Fernandinho e com cruzamento de Pará. Algo impensável meses atrás.

Foi para o intervalo assim, com ferimentos leves e podendo ajeitar o que estava errado. Voltou mal para o segundo tempo, de novo dominado pelo Vitória até que começaram as famosas mudanças iluminadas de Zé Ricardo. Colocou Alan Patrick no lugar de Fernandinho e o time cresceu.

Alan foi jogar centralizado. Diego nos lados e o Flamengo melhorou. Nesse meio tempo veio o gol da virada com outro perseguido, Gabriel, numa jogada sensacional de Diego.

Depois disso o Flamengo se impôs como time que disputa título. Controlou o jogo e até poderia ter aumentado o Placar. Teve lances polêmicos como o pênalti não marcado a favor e a expulsão exagerada de Diego Renan, mas no fim deu tudo certo e o Flamengo venceu.

Dessa forma o clube chega a 46 pontos. Nunca alcançara tão cedo a marca que impede rebaixamento. Está a 19 pontos da Libertadores e brigando forte pelo título. Quarta tem a primeira decisão. Contra o Palmeiras.


Enquanto isso vamos curtindo esse aroma de hepta com tempero de dendê.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

BONITA CAMISA FERNANDINHO


E o Flamengo atravessou a ponte...

No sufoco, mas atravessou. Sabíamos que não seria fácil já que a Ponte Preta, o maior clube com faixa diagonal no peito do Brasil, faz um belo campeonato brasileiro e vem tirando pontos dos postulantes ao título. Mas não imaginávamos que o sufoco seria tão grande.

Nem parecia que seria. O Flamengo começou com um ritmo forte de jogo lembrando a partida contra o Figueirense pela Sul Americana e logo chegou ao primeiro gol com Gabriel. Deu impressão que poderia golear, mas voltou um mal que vem seguindo o time no campeonato. Fez o gol e parou de jogar.

Perdeu a fibra, parou de chutar a gol e a Ponte Preta foi crescendo, gostando do jogo como dizem os antigos. Mesmo nessa situação conseguiu levar o 1x0 pro intervalo e de lá voltou sem Gabriel, melhor jogador da primeira etapa, e no lugar dele o inacreditável Marcelo Cirino.

Cirino jogou mal como na maioria das vezes e a Ponte crescendo cada vez mais. Em uma jogada começada pelo goleiro Aranha empatou a partida e veio o drama.

Drama porque naquele momento o Palmeiras já vencia e assim abria cinco pontos de diferença para o Flamengo. Diferença que chegou a acabar em determinado momento da partida. O time, que não conseguia jogar bola, decidiu que seria na raça. Mancuello e Fernandinho entraram e o que aconteceu foi que a Ponte se entrincheirou e o time foi pro abafa.  

Perdeu gols, se expôs, mostrou que não estava satisfeito com o resultado e o tempo acabava. Normalmente essa partida acabaria empatada ou a Ponte faria o segundo no fim. Mas não vem ocorrendo o normal com esse elenco, ou podemos dizer que agora sim é o normal, é o Flamengo que aprendemos a amar.

Diego fez aos quarenta e quatro do segundo uma bicicleta linda, Aranha uma defesa espetacular e a bola sobrou para o odiado Fernandinho. Assim como contra o Figueirense Fernandinho decidiu, fez o gol do alívio, da festa e nos faz parar pra pensar se ainda merece receber ódio.

Fernandinho não é um grande jogador, muito pelo contrário, mas é um simbolo desse elenco atual do Flamengo. Joga com alegria, com motivação, sabe que é respeitado pelo clube, companheiros e seu treinador como todos os outros e assim acaba dando mais até do que o normal. Mérito do bom técnico Zé Ricardo que algumas vezes nos enerva, mas faz o trabalho certo. Mérito da diretoria que fez jogadores e ex jogadores que saíram recentemente do clube se apaixonarem e torcerem por ele. Bem diferente da época do "fingem que pagam e eu finjo que jogo".

Flamengo tem um elenco muito bom, unido e que sente prazer em jogar no clube. Já vi elencos do Flamengo fracos e com disposição, fortes e "chinelinhos", fortes e com disposição poucas vezes e estou vendo agora. O Flamengo hoje tem um elenco composto por homens e homens talentosos.

O time nessa quarta lembrou muito o que Zico sempre fala sobre o time do seu tempo, que quando percebiam que não dava na bola buscavam vencer na raça. Contra a Ponte foi assim. Na raça. No chute de mais novo amado Fernandinho.


Bonita camisa Fernandinho!!


sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O CHEIRINHO


Não adianta, por mais que a gente disfarce e tente ser humilde (mentira, não somos assim), o cheirinho está forte, quase que insuportável.

De hepta? De sul americana? Não sei, mas principalmente de algo de muito bom que está surgindo.

Passamos muitos anos no sufoco. Anos de desmandos e de comandos irresponsáveis. Viramos chacota em todo o Brasil. Depois disso tivemos o "fechar da torneira" com a eleição de Eduardo Bandeira de Mello. Times modestos onde vimos outros como Corinthians e Atlético gastando muito e ganhando títulos. Foi um período difícil.

Mas parece que o jogo está virando. Está com cheiro disso. Hora da formiga colher os frutos, de se garantir nesse inverno enquanto a cigarra sofre.

Com um pouco mais de alívio financeiro um ótimo elenco foi montado, um dos três melhores do Brasil. Um grande técnico foi contratado no início do ano, mas quis o destino que um "prata da casa" comandasse esse elenco e mantivesse a tradição do clube de dar certo com sua gente. Zé Ricardo pode não ser o melhor técnico do mundo, muitas vezes lhe corneto, mas sem dúvidas está dando certo e parece cada vez mais a vontade e ter o elenco na mão.

Uma prova disso é o que vem ocorrendo nas últimas semanas. Eu falo há algum tempo, desde que escrevia sobre o Flamengo no SRZD, que tínhamos um bom elenco, mas um elenco de coadjuvantes, não tinha o protagonista. O protagonista chegou. Diego. Com ele muita coisa mudou.

Diego não é apenas o clássico camisa 10, é um cara de extrema habilidade, categoria e liderança, é um líder ao mesmo tempo nas palavras, gestos e talento como há muito não tínhamos. Com ele em campo ganhamos um maestro e todo o elenco cresceu. Alguns jogadores que estavam jogando nada melhoraram, ganharam confiança e passaram a jogar bem. Jogadores que chegaram contestados como Leandro Damião mostram valor e o elenco está unido como poucas vezes vi no Flamengo.

Os últimos três jogos com o time titular, não coincidência os três com Diego em campo, mostram isso. Um time que tem uma liderança, um time com atitude, que sabe o que quer, sabe que tem talento e que talento não basta para conseguir os objetivos. É preciso ter atitude e que um depende do outro.

Cada gol levado um respirar fundo e a força para virar o jogo, cada gol feito o time todo comemorando junto. Contra o Grêmio amassou um time que briga por título com ele. Contra a Chapecoense se impôs na casa de um adversário que quase nunca é vencido em seus domínios. Contra o Figueirense a certeza o tempo todo que se classificaria mesmo começando o jogo em posição difícil. Só times especiais conseguem passar isso.

E temos um. Acompanho o Flamengo desde 1983 e posso garantir que em nomes é nosso melhor elenco desde que Júnior parou de jogar, em resumo desde o fim definitivo do elenco campeão mundial. Podemos não ter muitos grandes astros, mas temos um volume grande de bons jogadores. Temos pernas de pau, evidente, mas até o Barcelona tem.

Mesmo que não ganhe o brasileiro e a sul americana esse elenco tem que ser mantido apenas fazendo pequenas alterações. Tem que ser mantido o máximo de tempo possível porque é um elenco de talento e caráter. A galera gosta de comparar tudo de agora com 2009 e te digo. É melhor que aquele. Em 2009 nosso diferencial era Adriano, que não temos um hoje. Mas elenco por elenco 2016 é superior e melhor, não vejo riscos de páginas policiais com esse atual.


E mais..Como é bom ver o Flamengo brigar por títulos nacionais sem precisar de "arrancadas". Mesmo acompanhando o clube faz tempo vi poucas vezes uma campanha consistente assim.

Tem cheirinho de coisa boa, coisa muito boa. É só termos paciência.

Sem oba-oba já faço pesquisas de viagens para Tóquio.

Boteco fechando por hoje!! Passa a régua!!


SRN!!